MEMORANDO

CONTRAPROVA

  1. Enquadramento
A Contraprova, cooperativa de artistas gravadores pretende colmatar carências no desenvolvimento e promoção da Gravura Artística portuguesa.

Outrora um movimento artístico dinâmico e interventivo que através dos múltiplos possibilitava o acesso à arte às camadas menos abastadas da sociedade, neste momento a produção na área da Gravura resume-se às actividades desenvolvidas por alguns ateliês dispersos pela área metropolitana de Lisboa, destacando-se a Cooperativa de Gravadores portugueses, Associação Água-Forte, Cooperativa Diferença e Centro Português de Serigrafia.

Verifica-se, contudo, que esta oferta de ateliês de gravura é insuficiente para satisfazer a actualmente existente procura de oficinas de trabalho por parte de artistas gravadores, e em especial dos jovens saídos das escolas de artes, o que por sua vez não permite o crescimento da oferta artística nos diferentes campos da Gravura.

Pretende-se também que a Gravura possa voltar a ser uma voz activa no campo da intervenção social e cultural, como nos anos 50 e 60 em que artistas como Júlio Pomar, João Hogan, Bartolomeu dos Santos, António Charrua, entre outros formaram em Lisboa a Gravura – Cooperativa de Gravadores Portugueses.

  1. Missão
A necessidade do aparecimento da Contraprova agudizou-se numa altura em que a Cooperativa de Gravadores Portugueses ameaça tornar-se obsoleta em virtude da grave crise financeira que atravessa, sendo urgente para os gravadores a existência de uma alternativa a este local histórico.

Composta por artistas plásticos e amantes da Gravura Artística, a Contraprova procura dentro do seu seio unir a tradição ao desenvolvimento e investigação sobre novos processos de gravura.

Dotar a área da Grande Lisboa de um espaço para o desenvolvimento desse objectivo surgindo como uma alternativa a todos os artistas que neste momento procuram forma de continuar a sua produção artística.

Procura-se também intervir em conjunto com a comunidade onde se inserir como forma de captar públicos para a Arte, promover a sua acção social, e ajudar no desenvolvimento dos seus membros a nível pessoal e cultural. Desenvolver nesse contexto projectos que contribuam para o reforço dos laços entre as pessoas que compõem essa Comunidade.

Promover acções de intercâmbio com outros países onde a Gravura Artística está mais desenvolvida, e com grupos similares organizar exposições, projectos culturais conjuntos, promover residências artísticas em Lisboa, etc.

Desenvolver com a Instituições edições de Gravura recorrendo aos membros que as compõem para o desenvolvimento artístico e à Contraprova para a impressão. Revitalizar uma actividade característica do passado no advento de um século marcado pela redefinição dos processos de difusão tipográficos.

  1. Os sócios
Neste ponto é útil apresentar um breve curriculum dos sócios fundadores da cooperativa CONTRAPROVA, bem como as funções que lhes foram distribuídas, de acordo com as obrigações legais:

Direcção:

Carlos Alcobia (Presidente) – Licenciado em Economia pela Faculdade de Economia Universidade Nova de Lisboa. Possuí o curso de Artes Plásticas pela Sociedade Nacional de Belas-Artes. Frequentou o Atelier de Pintura do Mestre Zé Cordeiro e a Cooperativa de gravadores portugueses. Participou em várias exposições individuais e colectivas nacionais e internacionais. Menção honrosa no Salão Nacional de Artes Plásticas (2007).

Marija Toskovic (Vice-Presidente) – Licenciada em Pintura pela Universidade de Évora. Frequentou a Cooperativa de gravadores portugueses. Participou em várias exposições individuais e colectivas nacionais e internacionais. Artista seleccionada a participar em várias bienais internacionais de gravura.

Joanna Latka (Vice-Presidente) – Possuí o mestrado em Educação Artistca e actualmente frequenta o doutoramento em História de Arte na Universidade de Lisboa. Lecciona no departamento de artes visuais na Escola Superior de Educação de Coimbra. Frequentou a Cooperativa de gravadores portugueses. Participou em várias exposições individuais e colectivas nacionais e internacionais. Menção honrosa na Bienal de Vila Verde (2007).

Conselho Fiscal:

Luísa Proença (Presidente) – Licenciada em Economia pela Universidade Católica Portuguesa. Detém pós-graduação em Turismo e Diplomas de Especialização em Direcção Financeira e Ambiente e a frequentar mestrado em Gestão e Políticas Públicas. Na área artística possui um Curso de História de Arte do século XIX (SNBA, um curso de estilismo, publicou quatro livros de poesia "Da Alma do mundo, do amor e do sonho", "Vou-te deixar, fazer cantinhos de margaridas no meu pescoço", "Da luz dos meus olhos" e "Saudade de Ti", dois em Portugal e dois no Brasil e participou em diversas antologias de poesia, do grupo Escritas formado por poetas de Língua Portuguesa de todo o mundo.

Mesa da Assembleia Geral

Ana Neto (Presidente)– Licenciada em Medicina pela Universidade de Lisboa realizou os seus estudos artísticos na Ar.co (cursos de desenho e gravura). Frequentou a Cooperativa de gravadores portugueses.

Daniela Crespi (Vice-Presidente) – Licenciada em Escultura pela Accademia Albertina delle Belle Arti. Frequentou a tecnologia de Gravura da Faculdade de Belas-Artes Universidade de Lisboa. Frequentou o atelier do mestre escultor Francisco Simões e a Cooperativa de gravadores portugueses. Realizou exposições de âmbito nacional e internacional.

Conforme se verifica quase todos os sócios têm experiência na área da gravura, mas detêm outras qualificações, designadamente nas áreas de Economia e Gestão, fundamentais para a sua gestão sustentada.

No entanto, a Cooperativa estará aberta a novos sócios, devidamente aprovados pelos sócios fundadores, que contribuirão com uma quota a definir posteriormente, pretendendo-se que as novas adesões sejam compatíveis com o projecto, tal como delineado, em traços gerais, no ponto II deste memorando, sendo prioritária a construção de uma estrutura dinâmica e eficaz, na prossecução dos objectivos pré-definidos.

  1. O projecto
O projecto de constituição da Contraprova já se encontra em curso, sendo fundamental para que prossiga com êxito, a existência de um local adequado às perspectivas dos sócios, as quais serão seguidamente apresentadas, sucinta e faseadamente:

4.1 - Funcionamento

Mal seja possível entrar em funcionamento, tendo o equipamento e o local adequado, as áreas principais nas quais se pretende investir, serão:

Nível Interno

O equipamento estará disponível para os sócios exercerem a sua actividade de gravura, sem horário pré-definido, com gestão equilibrada do tempo e dos materiais, em moldes a definir, dependendo do espaço existente (sede) e dos recursos financeiros.

Haverá diversas formas alternativas, ou mediante pagamentos fixos que cobrirão as despesas, ou uma parcela fixa resultante da quota e/ou outras contribuições dos sócios e os materiais por sua própria conta. Só após definição do local será possível encontra o melhor modelo de gestão.

Nível externo

Perante a comunidade onde se insere

É objectivo primordial dos sócios fundadores a integração plena na comunidade onde se localizar a sede da Cooperativa. Por isso o local será um dos motes mais importantes para a sua actividade futura. Pretende-se contribuir para a dinamização desta técnica junto da população, através de workshops, ATL’s para crianças e jovens e até pequenas exposições de trabalhos efectuados, oferta do espaço para outras actividade de índole cultura ou mesmo para debates sobre temas ligados com a actividade artística, ambiente e educação. Intervenção e requalificação do espaço social comum à Comunidade procurando o envolvimento da mesma e contribuindo deste modo para o reforço da sua identidade.

A vertente de responsabilidade social é uma das grandes preocupações que leva a pretender que se insira num local com tradição e envolvente que permita esta interacção e a divulgação de uma técnica tradicional junto com outras actividades, tendo em consideração as qualificações dos diferentes sócios fundadores, ou outros que venham a juntar-se.

Perante o exterior

De forma a conseguir uma sustentabilidade financeira pretende-se ainda dinamizar cursos de formação artística, para jovens e não só (quem sabe terceira idade por exemplo - reformados)nomeadamente gravura, fazer exposições, intercâmbio com outros países, relativamente aos quais os sócios fundadores têm relações privilegiadas, exposições a pedido ou dos sócios, lançamento de livros, sessões de música, debates, e outros.

Note-se que todas estas actividades serão abertas à comunidade envolvente, a qual terá um tratamento diferenciado nos objectivos, de privilégio e não como contribuinte para o seu suporte financeiro.

Parcerias

È fundamental a constituição de parcerias, tanto com os Organismos da Administração Local (Juntas de Freguesia, Câmara Municipal) como outros, responsáveis por áreas como a Cultura, o Ambiente e a Educação, bem como com entidades privadas que queiram colaborar ou contribuir para a divulgação desta técnica e para a melhoria do bem estar da comunidade onde se insere, através do patrocínio de actividades com mais valias sociais e culturais evidentes.

4.3 - Acompanhamento

Será fomentado o acompanhamento da actividade da Cooperativa, através de pequenos Inquéritos de qualidade de prestação dos serviços exigidos, bem como junto dos outros stakeolders, tais como as Organizações da Administração Pública Local e outras com que interaja, os quais poderão ser inseridos no próprio site ou em folhetos distribuídos.

Os resultados serão divulgados aos stakeolders, através do site e em formas mais tradicionais, de forma a criar uma dinâmica de melhoria contínua e uma participação e colaboração efectiva de todos.